A PARÁBOLA DA CAVERNA

12/04/2013 07:42

 “A maior de todas as ignorâncias é rejeitar uma coisa sobre a qual você nada sabe”.

H. Jackson Brown

Havia uma caverna subterrânea com uma única abertura para o mundo exterior.

Dentro dela estavam seres humanos acorrentados pelas pernas e pescoços, vivendo na semi-escuridão desde a infância, presos de tal modo que não se podiam mover.

Os homens, verdadeiros prisioneiros, ficavam de costas para a abertura da caverna e só podiam olhar para frente onde havia uma parede, pois eram impedidos de virar a cabeça por causa das correntes.

A única luz que viam era proveniente de uma fogueira que ardia do lado de fora da caverna, e que projetava, para seu interior, sombras de pessoas e objetos que passassem entre a fogueira e a entrada da caverna.

Assim, os prisioneiros acreditavam que as sombras que viam eram a única verdade, a realidade do seu mundo.

Em certo momento, um dos prisioneiros foi libertado das correntes e levado para fora da caverna. No seu processo da adaptação á nova realidade, precisou acostuma-se com a claridade do fogo e a visão de um novo mundo.

Ele vê primeiro as sombras no chão, depois os reflexos de homens e objetos na água, e então, fitou-os diretamente. A seguir, vendo o céu, o sol pôde racionar sobre eles. Tocou em objetos pisou o solo e olhou para todos os lados. Descobriu fatos e coisas nunca antes imaginados uma nova realidade.

Passado algum tempo, maravilhado com o grande processo de mudança que tinha vivido, lembrou-se dos companheiros e retornou á caverna.

Era importante das aos demais prisioneiros a oportunidade de descobrir a outra realidade. Mas sua missão não foi fácil. Por sua dificuldade em acostumar-se novamente á semi-escuridão e em interpretar ás sombras com a mesma habilidade, passou, a principio, a ser ridicularizado pelo grupo.

Os prisioneiros da caverna ainda acreditavam na sua “realidade”, e concluíram que o prisioneiro libertado voltava enxergado menos que antes, contando estranhas histórias sobre uma “realidade impossível”. Julgavam ser melhor não saíram da caverna, não rejeitaram as sombras tão familiares em troca de um mundo “melhor”, porém desconhecido.

Apesar das dificuldades, o “iluminado” enfrentou, com paciência e determinação, sua missão, compreendendo as resistências impostas por seus companheiros e mantendo-se firme na busca pela evolução e pelo descobrimento de coisas novas para ele e seus semelhantes.

Considerando um dos homens mais sábios da Grécia antiga, Sócrates (cujo nome significa “mestre da vida”) acreditava que reconhecimento da ignorância é justamente o começo da sabedoria. Numa de suas frases mais conhecidas, percebemos o paradoxo contido neste pensamento: “Sei que nada Sei”.

Platão, em uma de suas obras clássicas, “A República”, desenvolve muitas ideias de seu mestre Sócrates. No livro VII, que contém a parábola da caverna, somos levados a refletir sobre a missão de todos aqueles que estão em constante desenvolvimento e se propõem a superar as barreiras existentes nos processos de mudança.

Escrita há 2.500 anos, a parábola da caverna constitui um ótimo modelo de perseverança e vontade de melhorar.

Modernamente, quando saímos de nossas “cavernas” para o mundo exterior, buscando qualidade de vida, estamos percorrendo o mesmo caminho do prisioneiro libertado.

Da mesma forma, quando retornamos á caverna, para motivar nossos colegas, devemos estar preparados para enfrentar as barreiras ás mudanças e os comportamentos conservadores que preferem as sombras conhecidas para a nova realidade fora da caverna.

É o momento de refletirmos sobre nosso progresso e nossa missão como agentes de mudanças e de encorajar pessoas.

Devemos reconhecer os quantos já percorreram até aqui. Apesar disso, a lição do “Mestre da Vida” deve ser servir como alerta para o nosso constante aperfeiçoamento.

E preciso sempre querer saber mais e, sobretudo, partilhar.

“O medo faz parte da vida da gente. Algumas pessoas não sabem como enfrenta-lo. Outras, acho que estou entre elas, aprendem a conviver com ele e o encaram não de forma negativa, mas como um sentimento de autopreservação.